Ape-Tite

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Credits: Tânia Rêgo

Adenor Bacchi, mais conhecido como Tite, é e sempre foi unanimidade, na CBF, para o cargo de técnico da seleção brasileira, desde aquela fatídica noite do 7 a 1, no Mineirão. Mesmo com atrasos e as notórias desventuras da entidade, escolhendo Dunga para o cargo, o consenso sempre foi Tite. Com o fracasso de seu predecessor, que aparentava ter caído mais uma vez de paraquedas na função, Tite, enfim, chegou.  “Sou um ser humano, mas me preparei a vida toda para chegar a este momento.” Assim encerrou a sua primeira coletiva, enfatizando o seu mérito por chegar onde chegou.

4 jogos, 4 vitórias, futebol compacto e moderno, a era Tite não poderia começar melhor. O Brasil que ostentava um sexto lugar coberto de oscilações táticas e técnicas deu lugar ao “futebol de apoio” do professor Tite. As arquibancadas refletem a euforia com a seleção: a liderança das eliminatórias, e as atuações como um todo devolveram o prazer do torcedor em assistir a seleção canarinho.

Diferentemente do que aconteceu com os últimos comandantes da seleção, que foram escolhidos da cartola de coronéis da CBF, mais por afinidade e personalidade que por capacidade. Felipão vinha de um pré-rebaixamento com Palmeiras antes de ser chamado para comandar a seleção em uma Copa em casa; Dunga acumulava uma passagem pela seleção e uma passagem relâmpago e sem expressão pelo Internacional de Porto Alegre. Não que ambos não mereçam respeito, muito pelo contrário, ambos são campeões mundiais e personagens eternizadas no país, mas como técnicos representam o pior da seleção: a sua administração. No momento em que a CBF optou por Tite, escolheu a modernidade, a humildade, e não um charlatão que sobrevive à sombra de um passado glorioso.

Tite utiliza o que há de mais moderno do futebol atual, após estágios e estudos com os melhores da Europa, ele aperfeiçoou o seu 4-1-4-1, utilizando princípios de futebol de apoio, infiltração, compactação e pressão alta. Sem contar a humildade no controle do ambiente de vestiário. Uma equipe extremamente letárgica, sem brio, que sentia o peso da camisa, se tornou muito mais leve. O comandante é peça-chave na ideia de absorver a pressão e garantir que cada jogador tenha a tranquilidade de exercer o seu melhor. Tite arrastou com ele seus homens de confiança, principalmente Edu Gaspar na parte administrativa, para isolar o grupo da burocracia e politicagem da CBF.

Mas não se deixe levar pela a euforia, Tite está longe de ser o salvador da pátria. As suas constantes convocações de jogadores que não estão jogando no respectivo nível de seleção (vide, Paulinho e Taison) ainda pode custar caro. Também é preciso compreender que o padrão tático de Tite não é a catarse da ideologia do futebol brasileiro: muitas vezes o espetáculo não virá e é preciso que o torcedor compreenda isso

— “Henrique

Mas não se deixe levar pela a euforia, Tite está longe de ser o salvador da pátria. As suas constantes convocações de jogadores que não estão jogando no respectivo nível de seleção (vide, Paulinho e Taison) ainda pode custar caro. Também é preciso compreender que o padrão tático de Tite não é a catarse da ideologia do futebol brasileiro: muitas vezes o espetáculo não virá e é preciso que o torcedor compreenda isso. A “titebilidade” prevê um futebol intenso e, até, certas vezes, pragmático; seria o toque de Tite ao futebol brasileiro, onde o diferencial ficaria na organização atrás e a qualidade individual no último terço do campo.

No próximo dia 11, Brasil e Argentina se enfrentam no Mineirão pelas eliminatórias para Copa de 2018, neste que será o primeiro teste árduo o esquadrão canarinho terá mais que nunca de demonstrar polivalência para derrotar os hermanos, que prometem vir com fome em busca do três pontos. Fome não parece ser problema para o Brasil, cujo apetite pela vitória reflete o seu comandante.

Sources: Sportv, Globo